segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Diálogos 2 - Pensando...Refletindo

O Prof. Msc. Paulo Veiga Jordão soube escolher bem os artistas e as questões que envolvem as poética contemporâneas.Muitas vezes o diálogo com a diferença nos contrange e assusta, haja visto que vivemos em uma sociedade considerada cristã, ainda vivendo sob o o jugo de Deus , onde quase tudo é pecado.

  • Márcia, o prof. Paulo Veiga é um professor-artista. Seu trabalho hoje dialoga no campo da performance. O texto da disciplina Poéticas Visuais Contemporâneas, pra mim é um dos materiais mais completos para uma visão geral do que a arte contemporânea se propõe. De fato, ele soube escolher bem, no sentido de apresentar um panorama dessa produção.

Sentei-me ao lado de meu marido que ficou estupefato e curioso ao ver as obras do novo realismo, happening e do fotógrafo Robert Mapplethorpe ! Gentemmmm, uma loucura! As fotos são bárbaras! Ao mesmo tempo artísticas e ao mesmo tempo chocantes, já que flagram momentos tão íntimos. Fiquei a pensar se o artista não se aproveitou, digamos , de sua opção sexual para divulgar suas aptidões físicas e provocar o constrangimento, criando verdadeiras polêmicas.

  • Márcia, penso que você e seu marido desenvolveram questionamentos importantes. A questão da polêmica é de fato, um fator presente no campo da produção deste artista. Ele faz uso do aparelho fotografico para produzir suas imagens. Mas observe que o recurso expressivo deste artista, não é barro, tinta, calda de chocolate, tampouco latinhas, como exemplo o trabalho do prof. Carlos Sena. O recurso artistico de artista é seu próprio corpo. Agora cabe aqui pensarmos que questões ideológicas, em nossa contemporaneidade, refletem o corpo, e que indagações esse corpo assume ao ser utilizado enquanto recurso artístico. Mais que divulgar suas aptidões físicas, o artista fez uso do próprio corpo para evidenciar um olhar social acerca das questões que envolvem seu universo de vida, e de condição social, a de ser homossexual num contexto altamente excludente e preconceituoso.



Ao mesmo tempo, pensei, a proposta pode ter servido para fazer com que a sociedade abrisse os olhos para algo que não queria ver: o homossexualismo. Quebrando dogmas e mostrando algo que existia e ninguém queria mostrar ou falar. O cara foi corajoso. Como a sociedade mudou de lá para cá, mesmo porque com aquela projeção que teve a HIV, algo deveria ser feito, não se podia continuar na escura. E soubemos depois que isso não era doença só de homossexual.Então, penso que a arte serviu como forma de alerta também!
Só não apreciei tanto o sadomasoquismo.Mas cada um tem sua poética ! heheheheheheh

Série Estudos - Diálogos 1- Estudos

Conversas no ambiente ...

Olá, Boa noite!
Tenho lido todo o material do estágio e da disciplina Questões Multiculturais, pesquisando cada artista em seu movimento, sua linguagem e forma de expressão!

Você não imagina como fico feliz com esta sua informação. O material deste semestre nos apresenta uma perspectiva instigante no que se refere ao pensar o contexto da produção de imagens.


Aprecio muito o trabalho do Fotógrafo Sebastião Salgado, inclusive estive na abertura de uma de suas exposições em Brasília e fico impressionada como ele consegue captar momentos tão fortes, tão íntimos , detalhando o sofrimento, dor , alegria, trabalho , raças , com um olhar muito atento a tantos detalhes, um olhar profundo!


Também sou apaixonada pela produção do fotografo Sebastião Salgado!A imagem postada acima, me remeteu a questões que envolvem registro e criação.

O Sebastião Salgado é fotógrafo jornalista e seu universo de produção de imagens envolve questões de registro de trajetos, de diferentes temáticas. Ele não constroi a imagem (no sentido de produzir o que será fotografado), mas pensa o espaço da composição enquanto faz o registro.Observe como ele tem o domínio do equipamento e da linguagem fotográfica, valorizando expressões, enquadramentos, pontos de vista. É importante ressaltar e observar o teor conceitual dos enquadramentos propostos pelo fotografo. Embora a imagem fotográfica seja processada, pelo aparelho, o fotógrafo conscientemente, elabora seu discurso e imprime nesse processo referências históricas. Agora minha pergunta Marcia! Que referências históricas e estéticas o fotografo Sebastião Salgado imprime em seu trabalho?


Não sabia nem por onde começar. Mas lendo o conteúdo passamos a encontrar ótimas referências. Já conhecia também Vicente Muniz, o artista que fez Mona Lisa de geléia e amendoim e as incríveis fotografias que faz de sua arte com sucata e restos de lixo. Extraordinário e impecável!

Penso (em Vik Muniz) nele como um subversivo jogador libertário no campo da produção de imagens via aparelho. Embora a imagem seja processada por meio do programa inserido no aparelho, é o artista Vik Muniz quem constroe a imagem que será fotografada. Ele subverte a função do aparelho quando propõe que este, registre suas próprias metáforas. Quando ele se apropria da imagem da Mona Lisa de Da Vinci e reconstroe com "recursos expressivos" presentes em nossa contemporaneidade, uma nova Mona Lisa, ele novamente tras para o campo do humano o processo de abstração. Neste sentido, quem abstrai, não será o aparelho produtor de imagens, mas sim, o artista que constroi metáforas que serão posteriormente registradas via aparelho. Gostaria que você a respeito destas questões, para continuarmos nosso diálogo.

A proposta para o trabalho de vocês neste ateliê, é que os aparelhos estejam a serviço de suas metáforas e vocês a serviço dos recursos implantados no interior destes aparelhos.